O que significa ser pré-diabético?
Não dá para minimizar o perigo do diabetes. O nome "pré-diabetes" deixa claro do que se trata: uma condição em que a pessoa está caminhando para se tornar diabético. A alteração mais comum nessas pessoas é o aumento do peso corporal ou uma gordura estranhamente localizada na cintura, associada, muitas vezes, a braços e pernas normais ou até desproporcionalmente magros.
Além disso, chama a atenção para o risco da doença a presença de antecedentes familiares como diabetes, hipertensão arterial e algumas alterações nos exames laboratoriais: elevação da glicemia, dos triglicérides, do ácido úrico e da insulina e a tão característica redução do colesterol bom (HDL colesterol). A tendência progressiva de elevação da glicose no sangue desencadeia uma reação no pâncreas da pessoa com pré-diabetes, que passa a produzir níveis progressivamente maiores de insulina. Isso garante níveis de glicose normais e impede que o diagnóstico de diabetes seja feito durante muito tempo.
Enfim, os pré-diabéticos são pessoas com todas as características do diabetes, mas com valores limítrofes de glicose no sangue. Neles, a glicemia está acima do normal, mas ainda abaixo dos valores estipulados para os diabéticos.
O que significa glicemia limítrofe?
Os valores de glicose no sangue considerados normais são de 70 - 99mg/dL. Essa faixa de normalidade se baseia em pesquisas populacionais de pessoas normais. Não é fácil definir os limites de normalidade e as condições que podem influenciar as oscilações desses valores, sem que isso signifique doença. Esses valores também se baseiam em limites, a partir dos quais começam a aparecer as complicações relacionadas ao diabetes. Assim é que consideramos a ocorrência do diabetes diante dos seguintes valores: glicemia de jejum (12h) iguais ou acima de 126mg/dL. Nessa faixa intermediária, entre 100 e 126mg/dL, estão as pessoas com risco de diabetes, os pré-diabéticos.
Alguns pacientes de risco nem têm glicemia elevada e isso é ainda mais preocupante, pois podem passar muitos anos sem diagnóstico e evoluírem para o diabetes, sem nos dar chances para deter o processo. Nesses casos, o paciente com o perfil de risco deve ser investigado, mesmo tendo glicemia normal ou abaixo de 99mg/dL. É o caso dos pacientes com antecedentes de diabetes em parentes próximos, obesidade, hipertensão arterial, triglicérides elevados e HDL baixo.
A investigação se resume na dosagem de glicemia sob estímulo. É o teste de tolerância à glicose ou curva glicêmica, onde o paciente, após um jejum de 12 horas, toma um suco bem doce com uma quantidade padronizada de glicose e é submetido à dosagens de glicose no sangue a cada 30 minutos. Através desse teste podemos avaliar se o paciente consegue metabolizar a glicose que ele ingeriu. Muitas vezes, mesmo com valores normais em jejum, o paciente passa a apresentar elevações exageradas de glicose nas medições do teste, o que revela que ele é pré-diabético ou até já é diabético.
Sua participação
E você? O que pensa sobre os perigos que a obesidade acarreta à saúde, como a possibilidade de desenvolvimento do diabetes, por exemplo? Há quanto tempo você não checa os seus níveis de glicose e sua pressão arterial? Pois saiba que se você estiver no grupo de risco para o diabetes, a sua possibilidade de reverter este quadro, por meio da prevenção é grande, desde que você se informe sobre o problema e consiga mudar seus hábitos. Isso poder ser feito! O diagnóstico do pré-diabetes pode ser uma chance de se evitar a doença, é muito importante que você não acredite "no destino selado de ser diabético um dia".
Fonte: www.citen.com.br
Dra. Ellen Simone Paiva
Médica Endocrinologista e Nutróloga
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