A Biologia é a ciência que estuda a vida e tudo o que a envolve.
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Uma nova espécie gigante de dinossauro, o Ledumahadi mafube, foi descrita por uma equipe de pesquisadores liderados pelo professor e paleontólogo da Universidade de Witwatersrand, África do Sul, Jonah Choiniere. Na equipe está o pós-doutorando do Laboratório de Paleontologia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP, Blair McPhee, primeiro autor do estudo que foi publicado em setembro na revistaCurrent Biology.
A equipe de pesquisa também inclui os paleocientistas da África do Sul Emese Bordy, da Universidade da Cidade do Cabo, e Jennifer Botha-Brink, do Museu Nacional da África do Sul em Bloemfontein, além do professor Roger BJ Benson, da Universidade de Oxford.
“Trovão Gigante”
O gigante triássico da África ganhou o nome em uma das 11 línguas oficiais da África do Sul e uma língua indígena na área onde o dinossauro foi encontrado, o Sesotho, que significa “um trovão gigante ao amanhecer”. “O nome reflete o grande tamanho do animal, bem como o fato de que sua linhagem apareceu nas origens dos dinossauros saurópodes. Ele homenageia a herança recente e antiga da África Austral”, diz Choiniere.
O Ledumahadi mafube foi encontrado na Província do Estado Livre da África do Sul. O herbívoro pesava 12 toneladas e tinha cerca de quatro metros de altura nos quadris. Era o maior animal terrestre vivo na Terra quando vivia, há quase 200 milhões de anos, com o dobro do tamanho de um grande elefante africano. É um dos parentes mais próximos dos dinossauros saurópodes. “O fóssil deLedumahadi conta uma história fascinante não apenas de sua história de vida individual, mas também da história geográfica de onde viveu e da história evolutiva dos dinossauros saurópodes”, dizem os pesquisadores.
Os saurópodes, com peso de até 60 toneladas, incluem espécies conhecidas como o Brosurossauro. Todos os saurópodes comeram plantas e ficaram sobre quatro patas, com uma postura como os elefantes modernos. O Ledumahadi desenvolveu seu tamanho gigante independentemente dos saurópodes e, embora estivesse em quatro patas, seus membros anteriores teriam ficado mais agachados. Isso levou a equipe científica a considerar o Ledumahadi como um “experimento” evolutivo com tamanho corporal gigante.
O fóssil de Ledumahadi conta uma história não apenas de sua vida individual, mas
também sobre a história geográfica de onde viveu e a história evolutiva dos dinossauros saurópodes
A primeira coisa que surpreendeu MacPhee, sobre este animal, é a incrível robustez dos ossos dos membros. Eram de tamanho semelhante aos gigantescos dinossauros saurópodes, mas enquanto os braços e as pernas desses animais são tipicamente bem finos, os do Ledumahadi são “incrivelmente grossos”. “Para mim, isso indicava que o caminho para o gigantismo dos sauropodomorfos estava longe de ser direto, e que o modo como esses animais resolviam os problemas habituais da vida, como comer e se mexer, era muito mais dinâmico dentro do grupo do que se pensava anteriormente.”
Novo método
Para mostrar que o Ledumahadi andava de quatro, como os dinossauros saurópodes posteriores, a equipe de pesquisa desenvolveu um novo método, usando medidas dos “braços” e “pernas”. A equipe também mostrou que muitos parentes anteriores de saurópodes ficaram de quatro, que essa postura corporal evoluiu mais de uma vez, e que apareceu mais cedo do que os cientistas pensavam anteriormente.
“Muitos dinossauros gigantescos andavam sobre quatro patas, mas tinham ancestrais que andavam sobre duas pernas. Os cientistas querem saber sobre essa mudança evolutiva, mas, surpreendentemente, ninguém criou um método simples para dizer como cada dinossauro caminhava até agora”, diz Roger Benson.
Ao analisar o tecido ósseo do fóssil através da análise osteo-histológica, Jennifer Botha-Brink estabeleceu a idade do animal. “Podemos ver, olhando para a microestrutura óssea fossilizada, que o animal cresceu rapidamente para a idade adulta. Anéis de crescimento, depositados anualmente e de espaçamento curto na periferia, mostram que a taxa de crescimento foi diminuindo substancialmente até que ele morreu, isso indica que o animal havia atingido a idade adulta”, diz Jennifer.
A pesquisadora diz ainda que “também foi interessante ver que os tecidos ósseos exibem aspectos tanto dos sauropodomorfos basais quanto dos saurópodes mais derivados, mostrando que o Ledumahadi representa um estágio de transição entre esses dois grandes grupos de dinossauros.”
Ledumahadi está intimamente relacionado com outros dinossauros gigantescos da Argentina que viveram em um tempo similar, o que reforça que o supercontinente de Pangeia ainda estava montado no Jurássico Antigo. “Isso mostra com que facilidade os dinossauros poderiam ter caminhado de Johannesburgo para Buenos Aires naquela época”, diz Choiniere. “Os dinossauros não observaram as fronteiras internacionais e é importante que nossos grupos de pesquisa também não”, concluiu, se referindo ao grupo de pesquisadores de diversas partes que colaboraram com os estudos.
Neste link você pode acessar vídeo produzido pela Universidade de Witwatersrand (Wits)
que ilustra o Ledumahadi mafube.
(Com informações dos pesquisadores) Fonte: https://jornal.usp.br/ciencias/trovao-gigante-usp-participa-de-descricao-de- mega-dinossauro-da-africa-do-sul/
Hoje é o dia internacional do meio ambiente. Cuide da natureza, afinal, se você é daqueles que não se preocupa com a vida alheia, ao menos se preocupe com a sua. Lembre que somos parte desse organismo vivo chamado Planeta Terra e que, as alterações negativas que o meio ambiente vem sofrendo ao longo dos anos impacta diretamente no SEU dia-a-dia.
Em comemoração ao Dia do Meio Ambiente, SOS Mata Atlântica realizará plantio de árvores na Zona Leste de São Paulo
No próximo domingo (10/06), das 9h às 14h, a Fundação SOS Mata Atlântica participa de uma ação do projeto Geração + Verde, iniciativa em que é parceira com a Coca-Cola Brasil e Coca-Cola FEMSA Brasil (maior engarrafador de Coca-Cola no mundo) e a Secretaria do Verde e do Meio Ambiente (SVMA) de São Paulo. Além do plantio de 25 árvores de grande porte (com 2,5 metros), voluntários e moradores da região terão a oportunidade de participar de atividades como contação de história, mutirão de limpeza e educação ambiental.
O projeto Geração + Verde tem como objetivo contribuir para a preservação de mananciais que fazem parte da bacia hidrográfica que abastece a população da capital. Outra atração será a maquete sobre ciclo hidrológico da água, que demonstra a importância de áreas verdes serem preservadas para a melhoria da qualidade da água, prevenção de enchentes e desabamentos.
500 árvores nativas também serão plantadas pelo projeto Sampa Verde, da SVMA. A iniciativa prevê o plantio de 5.788 árvores de espécies nativas até 2019 com o objetivo de alcançar a meta de 200 mil árvores do Programa de Metas 2017-2020. A ação acontece no parque Jardim da Conquista, localizado na Prefeitura Regional de São Mateus – área prioritária para o projeto por ser uma das 10 Prefeituras Regionais com menor cobertura vegetal da cidade.
Projeto Geração + Verde Quando: 10 de junho de 2018, das 9h às 14h Onde: Parque Jardim da Conquista – Avenida Nova Conquista, 1900 – Jd. Da Conquista – São Paulo (SP) Programação: 9h – Abertura com apresentação do Grupo de Samba de Roda Aroeira 9h30 – Plantio de 500 mudas do Projeto Sampa Verde e 25 mudas do Projeto Geração + Verde 12h30 – Contação de história 13h30 – Mutirão de limpeza 14h – Encerramento com apresentação do Grupo de Capoeira Raízes do Escorpião Negro
Áreas preservadas são as melhores fontes de água limpa 22/03/2018
Crédito foto: Ricardo Botelho
Parnaíba, Sinos, Tietê, São Francisco, Iguaçu e Doce são rios monitorados com apoio de voluntários
Regiões onde a Mata Atlântica está preservada são as melhores produtoras de água, em abundância e com boa qualidade. É o que mostra o monitoramento de rios e outras fontes coordenado há quase três décadas pela Fundação SOS Mata Atlântica.
O acompanhamento já alcança 230 córregos, rios e lagos em mais de cem municípios de todos os estados com Mata Atlântica, além do Distrito Federal. “As amostras com água de melhor qualidade vieram justamente de regiões onde a vegetação nativa está preservada. Onde ela foi desprotegida e desmatada, a qualidade da água despencou, em menos de um ano”, relatou Malu Ribeiro, especialista em Água da Fundação SOS Mata Atlântica.
Todavia, nenhum ponto analisado entre março de 2017 e fevereiro de 2018 foi avaliado como tendo água de ótima qualidade. No balanço, 96% das amostras coletadas mostraram que o recurso não estava apropriado para consumo humano.
Os dados sobre a situação dos rios urbanos do bioma foram apresentados no 8º Fórum Mundial da Água, em Brasília (DF), e são gerados por coletas mensais realizadas por 3,5 mil voluntários capacitados pelo Observando os Rios. O projeto tem patrocínio da Ypê e Coca-Cola Brasil.
Segundo Malu Ribeiro, a qualidade da água sofre impactos diretos das chuvas, da agropecuária, da urbanização e do desmatamento. Logo, a condição do recurso depende diretamente da conservação dos ambientes naturais e do nível de sustentabilidade das atividades econômicas.
“Os testes revelam a fragilidade ambiental dos rios e a urgência de que a conservação da natureza seja incluída efetivamente na agenda de desenvolvimento do Brasil como suporte à qualidade e quantidade de água disponível. Rios e nascentes secando ou contaminados são reflexo direto de falhas em saneamento, gestão e governança”, afirmou ela.
Malu ressaltou também que é fundamental que a norma que trata do enquadramento dos corpos d’água seja aprimorada, excluindo os rios de classe 4 da legislação brasileira. Essa classe, na prática, permite a existência de rios mortos por ser extremamente permissiva em relação a poluentes e mantém muitos em condição de qualidade péssima ou ruim, indisponíveis para usos.
“Esse retrato da qualidade da água é fruto da maior rede de monitoramento participativo em atividade no país”, ressaltou Pedro Passos, presidente da Fundação SOS Mata Atlântica. Ele agradeceu especialmente à Ypê e a Jorge Eduardo Beira, presidente do conselho da empresa e representante dela no evento, por apoiar o projeto e garantir sua continuidade.
Os dados das análises desse estudo seguem a metodologia de monitoramento por percepção da qualidade da água, especialmente elaborada para a Fundação SOS Mata e que tem como base o Índice de Qualidade da Água (IQA). As análises são realizadas com um kit que cabe numa mochila e avalia um total de 16 parâmetros. A iniciativa nasceu em uma campanha pela recuperação do Rio Tietê no início dos anos 1990, ancorada justamente no monitoramento da qualidade da água por voluntários.
“A sociedade desde então contribui diretamente para o aprimoramento de políticas públicas que impactam positivamente a gestão e a oferta de água limpa para todos”, disse Márcia Hirota, diretora executiva da Fundação SOS Mata Atlântica.
Por meio de cooperação com entidades brasileiras e internacionais, o monitoramento de fontes de água deve ser estendido para um maior número de rios que abastecem o Pantanal e a Bacia do Rio da Prata. Atualmente, fontes são monitoradas nos municípios de Bonito e Bodoquena, no Mato Grosso do Sul.
“O modelo de monitoramento em uso na Mata Atlântica é sem dúvida replicável para outros países da América Latina”, avaliou Hugo Florez Timoran, representante no Brasil do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
Também participaram da apresentação dos dados de monitoramento representantes do Ministério do Meio Ambiente e do Instituto Chico Mendes, do setor privado e das frentes parlamentares ambientalistas Federal, dos Estados e dos Municípios.
Licenciamento ambiental
O deputado federal Alessandro Molon, coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista, esteve no evento e ressaltou a importância do estudo. Ele lamentou especialmente a situação do Rio de Janeiro, que não teve nenhum ponto com água boa no período avaliado.
Molon reforçou que existe uma tentativa de desmontar o licenciamento ambiental no país e que essa é a maior ameaça no Congresso atualmente. Para ele, se os rios estão numa situação ruim agora, sem o licenciamento ficará muito pior. “Não há acordo para votar. Mas querem retirar a necessidade de licença para atividades agrícola e pecuária. Será um retrocesso enorme. Não se pode promover um Fórum como este e ali do lado [no Congresso] dar um passo atrás como esse. Estamos preocupados”, disse.
O relatório Observando os Rios 2018 pode ser acessado aqui.
Um homem foi preso pela Polícia Militar do Meio Ambiente após os militares terem descoberto quase trinta pássaros da fauna silvestre, sendo 26 mortos, em uma fazenda localizada na zona rural da cidade de Cristália (a 581 km de Belo Horizonte). Os agentes chegaram ao local após denúncia anônima.
Foram apreendidos ainda mais três pássaros vivos mantidos em gaiolas, armas de fogo e armadilhas. A PM disse acreditar que os animais foram abatidos a tiros e com o uso de estilingue.
O homem, cuja identidade não foi revelada, teria dito aos policiais que era o autor da matança, entretanto não contou a razão disso, conforme a ocorrência.
Ele foi levado ao plantão de uma delegacia da Polícia Civil da cidade de Montes Claros (417 km da capital mineira).
O suspeito poderá responder pelo crime de caçar e ainda manter animais da fauna silvestre em cativeiro e posse ilegal de arma de fogo.
Divulgação/Polícia Militar do Meio Ambiente
Papagaio Amazona aestiva
Papagaio em risco de extinção
Os animais, tanto os mortos quanto os vivos, foram encaminhados para a sede local do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), em Montes Claros. Um filhote de papagaio da espécie Amazona Aestiva foi resgatado vivo. Conforme o órgão, ele está em boa condição de saúde.
A direção do local informou que, por ele ser muito visado por contrabandistas, a espécie corre o risco de entrar para a lista de animais ameaçados de extinção por causa do comércio irregular.
Em meio aos animais mortos, estava ainda um exemplar do Brotogeris Chiriri – popularmente conhecido como periquito-de-encontro-amarelo, além de exemplar de um azulão, um pintassilgo e até um beija-flor. Alguns deles já estavam sem as penas
Uma reconstrução do que seria o Saccorhytus a partir dos fósseis encontrados
Pesquisadores de três países afirmam ter descoberto na China o ancestral mais antigo dos humanos, que viveu há 540 milhões de anos e cujos fósseis estão "estranhamente bem preservados".
Segundo o estudo, realizado por um grupo de cientistas do Reino Unido, China e Alemanha e publicado na revista científicaNature, o animal aquático é microscópico e representa a fase mais primitiva da evolução que levou aos peixes e, eventualmente, aos humanos.
O Saccorhytus é um exemplar primitivo de uma categoria animal conhecida como deuterostômios, que são ancestrais comuns para várias espécies, entre elas as incluídas entre os animais vertebrados.
Os fósseis encontrados na província chinesa de Shaanxi são de um animal de cerca de um milímetro de tamanho e que vivia entre grãos de areia no fundo do mar.
Os cientistas não encontraram indícios de que o Saccorhytus tinha ânus, o que sugere que o consumo de comida e as excreções eram feitos pelo mesmo orifício.
"A olho nu, os fósseis que estudamos possuíam pequenos pontos pretos, mas no microscópio o nível de detalhe se revelou surpreendente", disse Simon Conway Morris, da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, um dos responsáveis pela pesquisa.
"Acreditamos que, por se tratar de um deuterostômio primata, ele pode representar a fase primitiva de diversas espécies, inclusive de nós, humanos. Todos os deuterostômios tinham um ancestral comum, e provavelmente seja desse animal que se trata."
Para o pesquisador da Universidade de Northwest, na China, Degan Shu, "o Saccorhytus nos permite um olhar significativo sobre as primeiras fases da evolução de um grupo que levou aos peixes e até nós, humanos".
Estrutura
Jian Han/Universidade Northwest
O Saccorhytus era coberto de uma camada fina de pele e possuía músculos
Até a descoberta recente, os grupos de deuterostômios já conhecidos eram de 510 a 520 milhões de anos atrás. Eles já haviam se diversificado e transformado em vertebrados --um grupo a que nós e nossos ancestrais pertencemos, e animais como estrelas e ouriços do mar.
Os deuterostômios são muito diferentes entre si, o que dificulta a identificação, pelos cientistas, de como seria a aparência de um ancestral da espécie.
Segundo o estudo, o corpo é simétrico --uma característica herdada por muitos descendentes evolucionários, inclusive humanos.
O Saccorhytus também era coberto por uma pele final, relativamente flexível, e possuía músculos, o que levou cientistas a concluírem que ele se movimentava ao contraí-los, se retorcendo.
Para os pesquisadores, a característica mais marcante do animal é a boca grande em relação ao resto do corpo. Segundo o estudo, ele se alimentava engolindo partículas de alimentos e até de outras criaturas.
Outras características são as estruturas cônicas do corpo, que poderiam permitir que a água engolida escapasse, o que poderia representar uma versão muito precoce das guelras, presentes hoje em peixes e outros animais aquáticos.
A O2 Play, distribuidora da O2 Filmes, disponibiliza gratuitamente o documentário “A Lei da Água: Novo Código Florestal” nas plataformas online Vimeo e em seu canal no Youtube. O longa tem direção de André D’Elia, com produção executiva de Fernando Meirelles, e retrata a polêmica sobre as mudanças na legislação que prevê a importância das florestas para a conservação dos recursos hídricos no Brasil, nas propriedades rurais e cidades brasileiras. A produção é da Cinedelia, produtora de cinema e vídeo especializada em projetos socioambientais, e a co-produção da O2 Filmes.
O filme foi disponibilizado no youtube:
Também pode ser assistido no vímeo, em português, inglês e francês:
O longa ”A Lei da Água: Novo Código Florestal” é um documentário realizado sem fins lucrativos, com financiamento coletivo e parcerias entre o Instituto Socioambiental (ISA), WWF-Brasil, Fundação SOS Mata Atlântica, Instituto Democracia e Sustentabilidade (IDS) e Bem-Te-Vi Diversidade. O documentário atingiu um financiamento coletivo online, que permitiu a viabilização do filme em 14 salas de cinema de todo o Brasil, além da produção de 1.500 cartilhas que foram distribuídas em debates com especialistas durante as exibições do filme. Os produtores de “A Lei da Água” destinaram a verba arrecadada em prol de exibições em escolas públicas e ONGs, foram mais de 400 exibições gratuitas, com uma estimativa de público de 20.000 expectadores.
O documentário brasileiro retrata a importância das florestas para a conservação das águas, explicando a relação do novo Código Florestal e a crise hídrica brasileira. As florestas são importantes para a preservação da água, do solo e também para a produção de alimentos que necessitam a ação de polinizadores, como o café, o milho e a soja. O diretor André D’Elia entrevistou agricultores, especialistas, cientistas e parlamentares que apoiam a Ação Direta de Inconstitucionalidade do novo Código Florestal no Supremo Tribunal Federal. Entre os entrevistados no filme, estão o senador e ex-governador Blairo Maggi (PR-MT), os deputados federais Ivan Valente (PSOL-SP) e Ricardo Trípoli (PSDB-SP), a sub-procuradora da República Sandra Cureau, o ambientalista Mário Mantovani, pesquisadores de instituições como a USP e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), entre outros.
A distribuição da O2 Play foi realizada de forma diferenciada e não convencional, através da concretização do financiamento. As sessões foram realizadas exclusivamente em cada cidade e quando o número era atingido o mínimo necessário para a exibição em uma sala, outra sessão para esta mesma cidade era aberta para compra. Ao fim de cada sessão, os financiadores participavam de um debate especial sobre o filme, e recebiam uma cartilha com dicas de como ajudar na campanha. “É um jeito de oferecer mais do que uma sessão de cinema, mas uma experiência completa que permita um aprofundamento a respeito da questão ambiental” afirma Igor Kupstas, Diretor da O2 Play.
A disponibilidade gratuita nos canais online permite um alcance de público ainda maior, além de trazer esclarecimentos necessários sobre o novo código para a sociedade. “Em um momento como o que estamos vivendo, de crise hídrica, o público tem solicitado cada vez mais exibições do filme, até mesmo para entender o Código Florestal aprovado pelo Congresso Nacional”, explica o diretor André D’Elia. Atualmente, o Instituto Socioambiental (ISA) e as organizações Mater Natura, Associação Mineira de Defesa do Ambiente (Amda) e a Rede de ONGs da Mata Atlântica (RMA) fazem parte das quatro Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADIs) que tramitam no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a Lei 12.651/2012, que revogou o antigo Código Florestal. O ISA encaminhou ao tribunal uma manifestação conhecida comoamici curiae, que é um levantamento de dados científicos recentes que demonstram a importância para a população e a economia brasileiras dos serviços socioambientais prestados pela vegetação nativa. O documentário “A Lei da Água – Novo Código Florestal” também foi anexado à petição.
As entidades ambientalistas, preocupadas com os impactos negativos gerados pela nova lei, exigem urgência no julgamento das ADIs. “As ADIs do Código Florestal são as ações judiciais de maior relevância para a pauta ambiental da história, já que impactam diretamente a proteção florestal brasileira”, reforça Maurício Guetta, advogado do ISA responsável pela manifestação. “Há questões nesse processo sobre as quais o STF se pronunciará pela primeira vez, tornando este caso emblemático em termos de evolução da jurisprudência. Por isso, apresentamos agora ao STF a compilação dos estudos jurídicos e técnico-científicos sobre o tema, de modo a municiar os ministros dos elementos necessários para o julgamento”, conclui.
O documentário “A Lei da Água – Novo Código Florestal” teve sua pré-estreia no auditório do Ibirapuera, dia 31 de agosto de 2014, no encerramento da Virada Sustentável de 2014, e o lançamento mundial, aconteceu no dia 14 de maio de 2015. O documentário foi premiado no Festival Brasil de Cinema Internacional, como Melhor Filme na categoria “Nosso Planeta” e Melhor Produtor, além do prêmio de Melho Filme pelo público da Competição Latino-Americana pela 4ª Mostra Ecofalante de Cinema Ambiental.
Sinopse “A Lei da Água – Novo Código Florestal” esclarece as mudanças promovidas pelo novo Código Florestal e a polêmica sobre a sua elaboração e implantação. O documentário mostra como a lei impacta diretamente a floresta e, assim, a água, o ar, a fertilidade do solo, a produção de alimentos e a vida de cada cidadão. Produzida ao longo de 16 meses, a obra baseia-se em pesquisa e 37 entrevistas com ambientalistas, ruralistas, cientistas e agricultores. Retrata ainda casos concretos de degradação ambiental e técnicas agrícolas sustentáveis que podem conciliar os interesses de conservação e produção da sociedade.
Ficha Técnica: Produção: Cinedelia Duração: 75 min Coprodução: O2 Filmes. Produção Executiva: André D’Elia e Fernando Meirelles. Direção: André D’Elia Consultor de Conteúdo: Raul Silva Telles do Valle Montagem: Raoni Reis. Direção de Som: Diego Depane. Cinematografia: Federico Dueñas Direção de Arte: Vital Pasquale Platô: Digo Castelo Branco Assessoria de Imprensa: Agência Lema Trilha Sonora Original: Fábio Barros e Gabriel Nascimbeni.
Muitos corais da Grande Barreira na Austrália continuam morrendo por doenças ou pela ação de predadores, depois que o recife registrou o mais grave caso de branqueamento em sua história, denunciou nesta quarta-feira um grupo de cientistas.
Uma faixa completa de corais passou pelo processo de branqueamento na parte norte desta massa de biodiversidade, que tem de 2.300 quilômetros de comprimento. O aumento da temperatura provocou uma mortandade sem precedentes dos corais.
Os cientistas voltaram a realizar medições em outubro e detectaram "muitos outros morreram lentamente".
"Em março, detectamos muitos corais gravemente branqueados, mas que ainda estavam vivos. Mas esta semana não detectamos nenhum sobrevivente", disse Andrew Hoey, pesquisador do centro que estuda esta espécie na Universidade James Cook.
O cientista disse que "há caracóis que comem corais que estão se reunindo ao redor dos sobreviventes e os corais debilitados são mais propensos às doenças. Muitos sobreviventes estão em péssimo estado".
O cientista Greg Torda afirmou que dos animais pesquisados perto da ilha de Cairns (nordeste da Austrália), a porta de entrada deste ecossistema, a massa de corais vivos que cobrem o recife caiu de 40% em março para 5%.
O fenômeno é uma reação a condições anormais do entorno, como o aumento da temperatura da água, que faz com que os corais expulsem microalgas fotossintéticas, perdendo a cor.
A área, com o total de 345.000 quilômetros quadrados, por pouco não entrou na lista da Unesco de locais em perigo. Canberra preparou um plano de proteção para os próximos 35 anos.